Com sua posterior
explanação veio o esperado, que seu receio era a nossa “possibilidade” de desvelar
o que permanecia oculto em um simples bate-papo, até então, descontraído, pelo
menos pra mim.
O fato é
que a visão dela não foi formada em seu período de isolamento social, em longos
anos de meditação no Tibet. Pelo contrário, esta opinião por muito está
presente em uma quantidade demográfica considerável, tornando o psicólogo um
ser com poderes sobrenaturais, ou melhor, poderes sobre a mente humana – como
se a mente fosse algo possível de ser destacada da pessoa como um todo, mas
isso é papo para outra postagem.
Devemos
considerar que muito desta ideia é reforçada pelo
próprio profissional psicólogo, que se coloca no trono do saber a priori,
sempre tendo algo a dizer, mesmo sendo uma bobagem tremenda, uma verborragia ilusória.
É como se soubesse mais que a própria pessoa
sobre si, que comprovadamente se atura 24 horas por dia nos 365 dias do ano.
Independente
da experiência ou da linha de trabalho, psicólogos não têm bolas de
cristal e nem são amigos de gnomos que sopram coisas em seus ouvidos. Considero
que nós, e agora falo como parte de uma parcela dos psicólogos que não ganhou
em sua formação a varinha mágica do suposto saber, buscamos ver o que é óbvio.
E o óbvio só é possível ser visto por estarmos atentos aos nossos clientes, por
aquilo que se apresenta ali, na relação terapêutica.
Mas é claro
que existe muito encanto e mistério em supostos aprendizes de Merlin, que mesmo
não dotados de capa, denotam alguns trejeitos como um coçar de barba (para
aqueles que têm, se não o queixo liso já serve), um olhar penetrante com um
leve levantar de sobrancelha e cabum, eis que a magia toma forma.
E outra
coisa, e talvez a mais importante da noite passada. Estava ali com uma amiga,
rindo e sorrindo. Ou seja, estava no óbvio, rindo e sorrindo. Então, favor não enxergar
além.
(Fonte da tirinha: Fan page Psicopatos, autor Mig, postado no dia 22/01/2013) |